Ontem vimos Ronaldo chorar perante a sua impotência em reverter o penalti falhado. Percebemos a sua dor por não ter conseguido atingir a meta a que se tinha proposto.
Não cabe neste texto analisar Ronaldo, nem futebol, mas senti com ele a sua mágoa e frustração, mas ao mesmo tempo pudemos perceber a sua força em não desistir, não desanimar e até ir ao ponto de marcar outro penalti, quando muitos naquelas circunstâncias, muito provavelmente, recusariam fazê-lo.
Quis ver em tudo isto uma lição também para mim e para a minha vivência da fé cristã.
Quantas vezes falho nas metas espirituais, e não só, a que me proponho, quando me deixo levar pelas minhas fraquezas e defeitos?
E alguns desses “falhanços” pesam-me, magoam-me, fazem-me chorar por dentro.
Mas ao contrário do penalti falhado de Ronaldo, todos esses erros, todas essas quedas nas minhas fraquezas, todos esses momentos “falhados”, podem ser “revertidos”, pois o amor de Deus alcança-nos sempre que a Ele nos abrimos, e dá-nos sempre novo caminho, novo momento para podermos emendar “os penaltis falhados”.
Regressando ainda a Ronaldo e à sua persistência, sou levado a reflectir que, apesar das falhas que cometo, das fraquezas e defeitos que tenho, não devo deixar-me ficar sentado, chorando, como que “lambendo as feridas”, mas sim, dando a mão a Jesus, envolto no amor do Pai, devo deixar-me levantar pelo Espírito Santo e recomeçar de novo, tendo a certeza de que, estando em comunhão de Igreja com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, há sempre um tempo novo, um caminho novo, uma vida nova que Ele sempre nos dá.
Curiosamente o Evangelho de hoje narra-nos a tempestade acalmada e aquilo que Jesus nos diz todos os dias: «Porque temeis, homens de pouca fé?» Mt 8, 26
Afinal este escrito não é sobre o Ronaldo, mas sobre levantar-se depois de cair, para recomeçar de novo o caminho que Deus sempre nos dá.