No dia 8 de novembro, no salão paroquial da Azoia, os catequistas da vigararia de Leiria reuniram-se para refletirem sobre a espiritualidade como fonte da sua missão. Foi sobretudo um momento de oração, orientado pelo Frei Sérgio Góis, seguindo a pedagogia da lectio divina, leitura orante da Palavra de Deus.Fez- se uma primeira abordagem ao conceito de espiritualidade, caracterizando a sociedade em que vivemos. Todo o ser humano sente necessidade do transcendente; nascemos de Deus e para Ele fomos criados e “o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em Ti”, dizia Santo Agostinho.
Na sociedade atual, constatamos haver uma crescente procura de formas de saciar esta sede do transcendente. Há um elevado número de pessoas que, sem terem nenhuma religião, se dizem crentes em algo que as transcende. São os chamados crentes sem religião.É nesta sociedade de crentes, com e sem religião, que os catequistas são chamados a anunciar Aquele em quem acreditam – Deus! Deus que se revela plenamente numa pessoa – Jesus Cristo! Jesus, o rosto do Pai, apresenta-se como a água viva capaz de saciar esta sede de infinito que habita em todo o ser humano. É nesse encontro íntimo com cada um que Jesus, a fonte que jorra a água eterna, deseja habitar-nos e inundar-nos, ao ponto de nos transformar em pequenas fontes de onde brota a ousadia de O anunciar, com alegria, aos nossos catequizandos e famílias.É deste encontro, entre a pessoa do catequista e a Pessoa de Jesus, que se alimenta a nossa espiritualidade como algo que integra todo o ser: inteligência, consciência, sensibilidade, afetividade, liberdade e o próprio corpo.Foi esta experiência que o Frei Sérgio quis fazer com cada um dos catequistas, a partir da meditação do diálogo de Jesus com a Samaritana (Jo 4).Junto ao poço, Jesus apresentou-se com sede e cansado. Um Deus tão próximo, capaz de carregar as nossas securas, as nossas solidões! Como Jesus compreende as nossas fragilidades, as quer amar e nos ajudar a superá-las! Tal como a Samaritana, também o catequista deve buscar permanentemente a conversão, como consequência das diversas mortes e ressurreições que acontecem no quotidiano da sua vida.Depois deste diálogo, do confronto da sua verdade com a Verdade que é Jesus, a Samaritana sentiu-se reconhecida e partiu para anunciar Aquele que fez jorrar em si a água da vida eterna.Deus está sedento de nós e deseja fazer jorrar em nós a mesma água viva que doou à Samaritana. Quer-nos permanentemente insaciados, como buscadores de uma maior intimidade com Ele. Quer-nos criativos e dinamizados na nossa espiritualidade, de modo a sermos testemunhas coerentes da Vida que jorra em nós!