CAMINHO DE QUARESMA IX

Entras na igreja, ajoelhaste, rezas, pedes a Deus que te ajude na confissão que queres fazer de todos os teus pecados.

Já fizeste o teu exame de consciência, mas ainda tens aquele receio de te esqueceres de qualquer coisa que tenhas feito mais segundo a tua vontade do que segundo a vontade de Deus.

Lembras-te, no entanto, que a Igreja te ensina que aqueles pecados que não confessares por verdadeiramente não te lembrares deles no momento do Sacramento da Reconciliação, te são também perdoados, pois a tua recta intenção era confessá-los também.

Colocas a cabeça entre as mãos e deixas-te ficar ali, frente ao sacrário, aguardando o momento de te confessares, pensando que Deus extraordinário é este que se coloca assim de braços abertos para acolher e perdoar os Seus filhos.

No teu coração e na tua mente arrependes-te sinceramente de teres cometido tais faltas e ali, frente a Jesus sacramentado, tomas o compromisso sério e firme de não voltar a cometer tais faltas.

Aproximas-te do sacerdote que te espera no confessionário.

Vem ao teu coração que a Igreja também ensina que o sacerdote ali presente para o Sacramento da Reconciliação, está “in persona Christi”, ou seja, é Jesus Cristo que ali está, por meio do sacerdote, para te ouvir e abraçar no perdão.

Fazes o sinal da cruz e interiormente dás graças desde já a Deus por te ter trazido até ali e por estar ali naquele sacerdote para te ouvir e perdoar.

Desfias os teus pecados, começando por aqueles que te parecem mais “pesados”, para depois, baixando a cabeça envergonhado, contares aqueles que te atormentam todos os dias e ainda não conseguiste vencer totalmente, por isso os vais repetindo tantas vezes.

O sacerdote olha para ti, sorri, e começa por te dizer que essas faltas que repetes, são uma constante das nossas vidas, mas que, se tomamos consciência delas e as combatemos, só podemos esperar que, com a ajuda do Espírito santo, um dia venceremos essas nossas fraquezas.

Reconheces, num instante, no teu coração que já deixaste para trás muitas dessas fraquezas que te assaltavam todos os dias, embora ainda tenhas outras para combater diariamente.

Ouves atentamente o sacerdote e vais sentindo a leveza do perdão entrando em ti.

Rezas convictamente o acto de contrição e recebes humildemente a absolvição que te é dada pelo Senhor Jesus Cristo, que age por meio do sacerdote ali presente, e que Se entregou por ti, que Se fez homem como tu, que concedeu aos Apóstolos e seus sucessores essa graça imensa de em Seu Nome, perdoarem os pecados dos homens arrependidos.

Sais do confessionário com um sorriso no rosto, sentes-te aliviado, sentes-te renovado, sentes-te reconciliado com Deus e contigo próprio.

Ajoelhas-te mais uma vez frente ao sacrário para rezares a penitência que te foi dada.

Mas deixas-te ficar ali mais um pouco a gozar aquele momento de paz interior e até exterior que sentes agora.

No teu coração, na tua mente, na tua boca, sai apenas um agradecimento profundo ao Deus que te abraça e acolhe como um filho querido e amado, e vais repetindo:

Obrigado, meu Senhor e meu Deus, obrigado!

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