A convidada da segunda edição do programa 2ou3, que a diocese de Leiria-Fátima transmitiu em direto no Facebook e no Youtube, foi a jovem equatoriana, Camila Neppas Almeida. Esta estudante de marketing no Politécnico de Leiria, faz parte da equipa do Serviço de Pastoral do Ensino Superior da Diocese (SPES), dirigido pelo padre Eduardo Caseiro, e partilhou um pouco da sua história de vida e, sobretudo, a sua ligação à Igreja e a forma como vive o cristianismo.
A Camila começou por dizer que, desde criança, tem um espírito aventureiro e muita curiosidade pelo mundo que a rodeia. Por causa do trabalho do pai, um engenheiro de manutenção de máquinas ligado a uma grande empresa do Equador, a cada três anos estava numa cidade diferente. “E hoje estou num país diferente, o que para mim uma grande emoção”, afirma.
A jovem universitária explica que “graças a todas estas mudanças posso dizer que a minha vida sempre esteve rodeada de coisas novas para aprender e novos desafios para enfrentar, que me fizeram crescer como alguém que gosta de pegar no que a maioria das pessoas considera difícil é impossível”. É por isso que se considera uma cidadã do mundo, também pela oportunidade que teve de fazer intercâmbios na Inglaterra e nos Estados Unidos, que fizeram com que a sua paixão pelo mundo e os seus encantos despertassem uma chispa de curiosidade.
Aos 16 anos participou num programa de embaixadores de intercâmbio da sua escola. Desde aí, tem estado muito ligada a departamentos de marketing, comunicação e, com um especial relevo, aos departamentos que envolvem desafios de internacionalização, como é o gabinete de Marketing Internacional do Politécnico de Leiria.
A importância de fazer parte da Igreja
A Camila diz que gosta de ser desafiada, “mas não significa que tenha sido fácil, e é aqui onde entra a igreja na minha vida, e que tem um papel ainda mais importante, desde que estou em Portugal”. Tudo começou, porque a última mudança que teve antes de sair do secundário, foi frequentar uma escola jesuíta, onde encontrou amigos e amigas “com uma forma de pensar livre, cheia de sonhos e ambições para construir um mundo melhor: encaixei perfeitamente, pois no fundo eu também tinha ambições semelhantes”.
No seu primeiro ano em Portugal, a Igreja também teve um papel importante, pois estava numa fase em que queria deixar tudo e voltar, por senti que tinha de começar tudo do zero, sem a família e sem ninguém saber, pelo menos, o seu nome. “Não me sentia confortável, pois tinha a tendência a comparar com tudo o que eu tinha deixado no Equador”, explica.
Foi na Missão do SPES do 2019, que percebeu que se estava “nesse momento, nessa situação, nesse ponto da minha história, iria ser por alguma razão”. E foi nessa semana de missão que “deixei tocar o meu coração e aceitei o desafio de continuar neste percurso como estudante internacional”.
“Quando comecei a participar em mais atividades do SPES, senti logo uma empatia com as pessoas que estavam lá e comecei perceber que estava numa família cada vez que estava com eles”, refere com alguma emoção. Pouco tempo depois, confiaram nela para fazer parte da equipa de comunicação e para gerir as redes sociais do SPES. A jovem, que actualmente está a estagiar numa empresa de moldes, diz que “foram eles os primeiros em acreditar em mim, no meu potencial, e é um desafio que gosto de mencionar sempre, porque foi o momento que me impulsionou a aprender mais e a ser quem eu sou agora, não só pelas competências técnicas que aprendi, mas também porque trabalhei a minha espiritualidade com eles”. E acrescenta: “o mais importante, é que sei que esta é a minha família em Portugal”.
Durante a conversa, a Camila teve algumas surpresas, para além do acompanhamento que estava a ter pela família no Equador, que ia deixando comentários nas redes sociais, também o padre Eduardo marcou presença na conversa, para ajudar a explicar, sobretudo, a importância do SPES como espaço de propostas para os jovens universitário da cidade de Leiria.
A entrevista pode ser visualizada no Youtube.