E os jovens que são muitos partiram das suas longínquas terras, dos mais recônditos lugares do mundo para se encontrarem em Lisboa com o Papa Francisco, que sentiu o mesmo desejo da necessidade urgente, muito urgente de se encontrar com a juventude do mundo inteiro, para pedir a Deus que ilumine os governantes de todos os países a percorrerem os caminhos de paz, em vez da guerra que assola o nosso tempo.
E toda a sociedade portuguesa se empenha para receber em atitude de serviço quem vem em nome de Jesus Cristo. Esse Senhor que nasceu há 2023 anos, que não exclui ninguém, que veio para todos os homens que acreditam Nele e para os que questionam ou negam a Sua doutrina, trazendo uma mensagem de bem para toda a criatura. Esse Senhor que comanda todas as forças do Universo e que se dá a conhecer aos corações iluminados pela Sabedoria, a mesma que concedeu à alma humilde do jovem Salomão, que não lhe pediu riqueza, longa vida ou a derrota dos seus inimigos, mas apenas sabedoria para guiar o seu povo.
E vieram de todos os lados e são bem recebidos pela sociedade portuguesa radicada em princípios humanísticos do Cristianismo.
Também a Barreira de Leiria abriu as suas portas de par em par a uma considerável quantidade de jovens que, na sua grande maior parte, foi acolhida durante cinco dias por famílias de todos os lugares. A Barreira é assim: quando “toca a unir”, novos e velhos, crentes e descrentes, vai tudo numa enxurrada de espiritualidade. Todas as famílias acolhedoras dos jovens deram o seu melhor. Não tinham mais para dar…
No dia 27 de Julho, pelas 20h30, aquele Salão Paroquial encheu-se de jovens polacos (cerca de 200) acompanhados de pessoas que vieram de todos os lugares da freguesia para compartilharem a refeição servida em abundância.
No dia 30 de Julho, pelas 17h15, lá se encontravam os mesmos e mais alguns na missa concelebrada pelo pároco Bertolino Vieira, com a presença do sempre bem amado Padre Artur Oliveira, antigo pároco da Barreira, o “nosso” Padre Eduardo Caseiro e uma série de jovens padres polacos.
Enquanto o sacerdote polaco rezava na sua língua materna que os barreirenses não entendiam, estes olhavam para a folhagem das árvores centenárias do Jardim do Visconde da Barreira a ouvir a melodia do vento. De quando em quando caía uma ou outra folha e depois outras. E à medida que a tarde declinava caíam em maior número. A música, uma linguagem universal, uniu todos os presentes e do lugar onde se encontravam a copa das árvores era de tal maneira densa que não viam o céu, mas todos sabiam que existia para além das árvores.
Foram momentos singulares vividos duma beleza que não sei traduzir por palavras. A emoção tomou lugar no coração dos participantes quando um dos padres polacos depois de um breve preâmbulo e duma forma enfática disse:
— Obrigado, Barreira!
Em jeito de conclusão, cito a súplica do sacerdote português António Bacelar diante a convivência com tanto entusiasmo juvenil: «Peço-te para mim e para todos o dom de nos reconhecermos mais corresponsavelmente Igreja – Povo de Deus, mais circular e menos piramidal, mais batismal e menos clerical, mais inclusiva e menos exclusiva, mais católica (em sentido literal) e ecuménica e… um pouco menos latino-romana!»