A paróquia da Bajouca, despediu-se no dia 26 de agosto, do padre Abel, que deixou para sempre nesta comunidade a sua marca como homem, sacerdote e amigo.
No dia 7 de dezembro de 1997, entra na paróquia, onde durante 18 anos, deu o seu melhor por esta comunidade e a ajudou a crescer como comunidade unida e de Fé, até junho de 2015, quando a doença não lhe permitiu mais.
Neste pequeno espaço, não cabe o muito que este homem de Deus fez nesta paróquia. Humilde, discreto, mas sempre pronto para ajudar.
Ficam na memória, as primeiras visitas pascais, o entusiasmo com que sempre apoiou as festas de Santo Aleixo, e a sua devoção pelas primeiras sextas feiras e primeiros sábados e a sua confiança nos leigos que colaboravam na paróquia.
A sua forma de conviver e de se aproximar das pessoas trouxe às atividades da Igreja bastantes pessoas que de certa forma eram marginalizadas.
Um pouco à sua maneira, soube pôr em prática aquilo que á poucas semanas o Papa Francisco nos pediu. Todos, todos, todos…!
O seu funeral realizou-se na manhã do dia 26, na Igreja da Bajouca, numa celebração presidida por D. José Ornelas. Estiveram presentes muitos sacerdotes e uma multidão de fiéis da Bajouca e de outras paróquias onde esteve. Também marcaram presença ex-presidentes da câmara de Pombal, Hélder Roque, que foi o seu médico e amigo de longa data, e o presidente da câmara de Pombal, Pedro Pimpão.
Foi o tempo de “cumprir”, algumas das vontades que em vida deixou escritas.
“Das vontades do padre Abel:
“Desejo ser sepultado na Batalha, onde já estão sepultados os meus entes queridos, pais e outros familiares. Aquando da minha morte, contactar o Sr. Eusébio, meu Amigo, de há muitos anos, da Funerária, Pombalense de Carnide, que em vida se comprometeu a realizar o meu funeral. Que a celebração das minhas exéquias seja festiva e alegre… Parto para uma nova vida…! Se possível que a celebração das exéquias se realize na Igreja da Bajouca, última paróquia onde estive como pároco. Se possível sem flores, mas, se as houver, “eu fico com um raminho”; o restante os Escuteiros farão o favor de as distribuir pelas campas do cemitério onde não houver flores”.
E assim aconteceu. Depois de uma celebração alegre e festiva como ele queria, seguiu-se a organização do funeral rumo à Batalha. No adro da igreja, a Orquestra Filarmónica de Santo Aleixo, que tanto apoiou, executou um número musical enquanto a urna era colocada no carro.
Foi com uma enorme salva de palmas das centenas de pessoas presentes no adro da igreja da Bajouca, que se despediu desta paróquia rumo à sua última morada.
A última vontade
No cemitério da Batalha, além da família, estiveram o atual presidente da Câmara da batalha, Raul Castro, e muitas pessoas da Bajouca, da Batalha e de outras paróquias.
Depois da última encomendação, foi o tempo dos escuteiros da Bajouca e outros presentes realizarem a última vontade do padre Abel. Com ele ficou o raminho da Mensagem de Fátima, movimento que tanto acarinhou; o restante foi um gesto emotivo para todos os presentes. Os escuteiros espalharam flores por todo o enorme cemitério, cumprindo assim uma das suas vontades.
A terminar fica o texto lido pelo Raul Cabecinhas, em nome de toda a comunidade no final da celebração:
“Despedimo-nos hoje do senhor padre Abel, o Homem o Sacerdote o Amigo.
O padre Abel, esteve na paróquia da Bajouca quase 18 anos, onde deixou uma marca como Homem, como Padre e como Amigo.
Toda a paróquia da Bajouca, lembra com carinho o tempo do padre Abel e nós aqui presentes somos testemunhas disso.
Ao longo de 18 anos, soube afirmar-se, como Pastor e como Amigo. Cultivou uma virtude muito esquecida nos nossos tempos e que todos lhe reconhecemos. O sentido da gratidão e do elogio. Sempre no fim de cada atividade tinha o cuidado de agradecer a todos os intervenientes. A palavra OBRIGADO, terá sido sem dúvida uma das suas marcas.
Muito obrigado, padre Abel. Que Deus o acolha na sua glória.”