Uma vez mais, alguns jovens das paróquias da Azoia e da Barosa passaram alguns dos seus dias de férias de Natal, de 26 a 29 de dezembro, partilhando o seu tempo com pessoas com problemas de saúde mental.
Este ano, a atividade decorreu na Casa do Bom Jesus, das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, em Braga, onde estão alojadas principalmente mulheres com deficiências ou doenças mentais. Além de ajudarem nas tarefas normais da casa, no serviço as utentes, ofereceram sobretudo companhia, sorrisos e a esperança da sua juventude.
Mariana Santos, do Grupo de Jovens Santa Catarina, da Azoia, comenta que “nesta experiência consegui perceber o verdadeiro significado de ser hospitaleiro: ser compreensivo, corajoso, companheiro, amigo e protetor e, acima de tudo, partilhar tudo o que temos de melhor, como a nossa alegria, compaixão e amor”. A jovem adianta que esta atividade lhe permitiu também perceber “o quão importantes são instituições como esta, que fornecem a melhor qualidade de vida possível para os mais necessitados, ajudando-os na sua reabilitação ou dando-lhes um lar mais capaz de os ajudar”. Por outro lado, “também pude encontrar-me um pouco comigo mesma nos momentos de reunião, oração e partilha vividos em grupo, percebendo que conseguimos fazer mais quando realmente nos preocupamos e nos empenhamos no que fazemos”, refere a Mariana. Por isso, recomenda a experiência a todos, para que “percebamos que todos somos iguais e que, mesmo com alguma debilidade, todos temos mais capacidades do que aquelas que imaginamos”. E conclui que “talvez assim, um dia, o mundo se torne um lugar onde o preconceito seja extinto e reine a igualdade, ou seja, se torne um mundo melhor”.
Também os elementos do Grupo de Jovens São Mateus, da Barosa, testemunham que “esta foi uma experiência que potenciou a saída da zona de conforto para a maioria, o que levou a uma superação das nossas expectativas enquanto grupo, pois mais do que dar, recebemos”. Nas palavras de Joana Anacleto, por ser época natalícia, a iniciativa “fomentou um espírito de sacrifício, não só por estarmos longe da nossa família, numa cidade que para muitos é desconhecida, como também pelo facto de estarmos disponíveis incondicionalmente, na colocação das necessidades dos outros em primeiro lugar”. Esta jovem considera que “aprendemos que temos de ver além das limitações” e também que “Deus nos ama, independentemente da nossa condição, e devemos responder em igual medida”. Em conclusão, “em contextos como estes, torna-se indispensável aceitar o outro, eliminando o estigma e os preconceitos impostos pela sociedade, mas acima de tudo valorizar o facto de cada um dos seres ali presentes serem únicos”.