10 de maio, o dia em que iríamos festejar os 20 anos do Agrupamento 1198 Stº Agostinho… Tudo estava a ser pensado e organizado ao pormenor: comunidade, amigos, escuteiros, uma enorme família íamos juntar neste dia de festa.
Os tempos que vivemos trocaram-nos as voltas. De repente, vemos um sonho adiado, os planos trocados, sentimo-nos tristes, desanimados, sentimo-nos perdidos…
Os tempos que vivemos, sim, trocaram-nos as voltas, mas talvez para nos mostrar a força que temos, a força que até então se calhar não conhecíamos, para nos tornar mais fortes e unidos, ensinar-nos a reinventar possibilidades, a sentir o verdadeiro ensinamento de BP, a dar o pontapé no (IM)possível, e a podermos continuar a sonhar e a ser realizadores de sonhos.
E assim, foi à distância de um clic que, à hora marcada, lá estávamos todos virtualmente unidos para um curto, mas muito enriquecedor, programa de 1 hora. Começámos por ouvir 4 testemunhos.
A Chefe Sílvia Crespo partilhou connosco o que foi ser dirigente fundador deste “menino”, assim tratado carinhosamente por ela.
O ex-escuteiro e ex-dirigente Nuno Martins falou-nos da sua experiência enquanto escuteiro, partilhando muitas das suas vivências como tal e do papel que o escutismo foi tendo na sua vida e na sua forma de ser, reconhecendo os amigos que o escutismo lhe deu para a vida.
O explorador Guilherme Carvalho falou-nos do que é ser escuteiro hoje no 1198. Vê o agrupamento como uma segunda casa onde tem muitos amigos e aprende muitas coisas, realça o trabalho em equipa como uma grande aprendizagem. Mesmo estando ainda só nos exploradores, recorda já com grande alegria algumas actividades vividas, alem de agradecer a todos os dirigentes que fundaram o agrupamento e aos que têm continuado este legado e o mantêm vivo. Fez um apelo a todos os escuteiros, para que tenham a ousadia e nunca desistam de mostrar a todos a grandeza e beleza do escutismo.
Por fim, mas não menos importante, o testemunho de uma Mãe, em representação de todos os pais, estes pilares muitas vezes esquecidos, mas força tão importante de retaguarda, tantas vezes tão ou mais escuteiros que os próprios filhos. A mãe Teresa Malaquias veio testemunhar o que é ser mãe/pai de escuteiros, reconhecendo que os filhos criaram uma nova família e que muito é o que lhe levam para casa. Reconhece o que o escutismo foi transmitindo aos filhos, como os ajudou a crescer, a fazer escolhas, a ter iniciativas fundamentais, tanto na vida pessoal como na vida espiritual, construído assim estes jovens adultos que são hoje. Realça ainda a capacidade que o agrupamento, talvez devido à sua pequena dimensão, tem em conseguir aproximar os pais, criando também entre eles uma amizade para a vida.
De seguida, cada secção presenteou-nos com um grito de força e esperança.
Para terminar, recordámos os discípulos de Emaús, através do Evangelho que escolhemos para o momento de oração, e refletimos, rezando, esta caminhada que também tem sido a vida deste agrupamento. Também nós vamos a caminho, por vezes perdidos, com mais ou menos forças, com dúvidas, medos, desanimados, mas com esta certeza de que Ele vai connosco, de que Ele caminha connosco, através dos nossos pais em primeiro lugar, dos nossos amigos, dos irmãos escutas, das tantas pessoas que Ele nos coloca no caminho e que nos protegem sempre.
Por fim, fica a promessa de que esta festa não foi cancelada, mas adiada e, em breve, haveremos de estar juntos e festejar esta alegria, agora com mais uma história para contar.
Isto porque afinal não somos só um agrupamento especial, que vive na torre de uma igreja e com uma vista privilegiada para a cidade, mas porque também fazemos 20 anos, dois anos seguidos (2020 – fundação e 2021 – oficialização).