Abertura das celebrações dos 75 anos da Fraternidade Franciscana da Divina Providência

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No passado 25 de março, solenidade da Anunciação do Senhor, dia de aniversário do nascimento da irmã Ana de Jesus Faria de Amorim, fundadora do Instituto, teve lugar a abertura das celebrações do ano jubilar pelos 75 anos da fundação da Fraternidade Franciscana da Divina Providência.

À Eucaristia, celebrada na igreja paroquial de Fátima, presidiu o D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, diocese em que nasceu e mantém o seu berço a Congregação iniciada pela irmã Ana de Jesus, em 1942. Nesta solene Ação de Graças, em que concelebrou D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo Emérito da Diocese e muito benemérito desta Congregação, bem como numerosos sacerdotes diocesanos e religiosos, e na presença de uma alargada assembleia de religiosos e leigos convidados, fizeram a sua primeira profissão religiosa três jovens: Bernadina, Maria e Rosalina. Com este “sim” das mais jovens irmãs se iniciaram as celebrações deste ano de jubiloso louvor à Divina Providência, que continua a nutrir e guiar esta sua pequena e feliz família.

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Irmã Ana e a sua congregação

Tendo nascido a 25 de março de 1896, dia da Anunciação do Anjo a Maria, em Soutelo – Vila Verde, órfã de pai e mãe desde os 12 anos, com 24 anos de idade decidiu seguir a vida religiosa, na Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria.

Em 13 de junho de 1923, proferiu os primeiros votos, passando a chamar-se Maria da Ascensão, e a 13 de junho de 1926, ano em que se celebrava o sétimo centenário da morte de São Francisco de Assis, professou solenemente.

Não sabemos quem escolheu o nome Maria da Ascensão, mas há algo de profético nesta Maria, chamada por Deus para, nos passos de Maria, também ela “subir à Serra de Aire”, ao encontro dos mais pequeninos, dos mais pobres dos pobres. Quis, de facto, que o carisma da Congregação que veio a fundar tivesse a Cova da Iria por berço e sede, a partir de setembro de 1942.

Nesses anos em que a Cova da Iria conservava ainda a paisagem agreste e sertaneja, tipicamente serrana, quando a Basílica estava em construção e se levantavam os primeiros edifícios à sua volta, houve uma peregrina que veio, subiu à Serra de Aire para ficar e erigir uma das primeiras obras de caridade cristã em favor dos mais pobres. Como escreveu o frei Adelino Pereira, “pode dizer-se, sem medo de errar, que foi ela a pioneira e instrumento providencial, escolhido por Deus, para tornar Fátima numa terra da paz e do amor, numa terra de libertação. O que em nossos dias se tornou evidente e uma feliz realidade, Ana de Amorim o captou e começou a realizar há 50 [75] anos” (ADELINO, Três paixões, 50).

De facto, interpelada pelo clamor dos mais pobres, cedo manifestou às suas superioras o desejo de se dedicar ao seu serviço. Mas nunca quis dar um passo sequer à margem da Igreja que tanto amava. A Divina Providência, que tão próxima e concreta sempre se mostrou na vida e obra da irmã Ana de Jesus, quis que os 75 anos da Congregação viesse a calhar no mesmo ano em que celebramos o centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. Foi este acontecimento que atraiu a humilde serva Ana a este lugar, para daqui irradiar o mesmo perfume do evangelho dos pobres.

Ela foi pioneira nesta intuição de traduzir a mensagem de Fátima num manancial de misericórdia, à imitação de Cristo, o Bom Samaritano da humanidade. Porque via nos pobres os membros delicados de Cristo, propôs-se evangelizar os pobres através da caridade.

Ano de graças

Por feliz disposição da Divina Providência, celebramos os 75 anos da fundação da Congregação no mesmo ano do centenário das Aparições de Fátima. Em 25 de março de 1982, D. Alberto Cosme do Amaral, então Bispo de Leiria, erigiu a Obra em Pia União; no dia de Natal de 1998 foi, finalmente, instituída como Congregação Religiosa, por decreto de D. Serafim Ferreira e Silva. Podemos, pois, afirmar que a Fraternidade Franciscana da Divina Providência foi concebida pelo Espírito Santo há 75 anos, sob o olhar de Maria, mas teve de esperar, como Ela, ainda algum tempo de gestação para celebrar o seu natal.

O Santo Padre acaba de nos dar a bela notícia da canonização dos Pastorinhos. Podemos dizer que também desta causa a irmã Ana foi profética, com palavras e gestos: Todos os anos enviava ao Bispo diocesano e, mais tarde, ao padre Kondor, uma generosa oferta para a “causa de beatificação/canonização dos pastorinhos”.

Que, por Maria e intercessão de Jacinta e Francisco Marto, e com a inspiração dos nossos fundadores, irmã Ana de Jesus Amorim e frei Adelino Pereira, a Divina Providência continue a derramar muitas graças sobre esta jovem família das Irmãs Franciscanas da Divina Providência, fazendo de nós servas atentas aos sinais dos tempos e à voz do Espirito.

Ir. Maria da Luz

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