Abertura da Festa da Fé 2018

 

Alocução na Sessão de Abertura da Festa da Fé

Teatro José Lúcio da Silva, Leiria, 15 de junho de 2018

 

Caríssimos Amigos, estamos em festa! 

                

1. O acontecimento que neste ano celebramos na Diocese é uma data memorável que nos convida a olhar o passado com gratidão, a viver o presente com paixão e a abraçar o futuro com esperança. Neste sentido procurámos programar o ano pastoral sob o lema “Leiria-Fátima em Festa. Centenário da restauração da Diocese (1918-2018)” com diversas iniciativas, das quais destaco a peregrinação das diversas vigararias à Catedral como Igreja-Mãe, a semana da diocese em cada paróquia, o congresso sobre a história da diocese, culminado agora com a Festa da Fé, coroamento do que foi sendo vivido nas comunidades ao longo do ano. 

Porquê agora esta Festa da Fé? – poderão perguntar. O centenário da restauração torna imperativa a reflexão sobre as diferentes jornadas históricas que a Diocese viveu, mas impõe também a necessidade de fazer festa à maneira dos seguidores de Cristo que, na cidade, «não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes». Também aqui os cristãos não «habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular». Estão no meio do mundo, «obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas». É assim que, contemplando quase cinco séculos de história, olho para as diferentes gerações que neste lugar — usando as palavras com que os cristãos antigos eram descritos — «moram na terra e são orientados pelo céu». Desde 1545, homens e mulheres habitaram esta terra, na convivência humana, orientados pelo céu. E se foram vários os agentes históricos que, em diferentes épocas, entenderam o benefício de aqui se construir uma igreja local/particular, muitos mais ainda foram os que construíram essa Igreja secular, com as suas biografias marcadas pelo serviço a Deus e aos outros. 

É este o motivo da nossa festa: fazer memória agradecida pela história recente de há 100 anos, um século cheio de tantos trabalhos, de muitas angústias, de tantas faltas que ofuscaram a beleza da Igreja, mas também de incontáveis alegrias que importa agradecer e celebrar. Fazemos festa de aniversário, não apenas de uma data, mas da vida eclesial que encheu estes cem anos e nos interpela e impele a caminhar. 

É este o sentido de festa que nos congrega, nas ruas das cidades, vilas e aldeias em que habitamos e onde fazemos habitar a boa-notícia de que a mensagem que procuramos viver eleva o ser humano à civilização do Amor construída já através de tantos rostos, das variadas cores que compõem o mapa da nossa diocese, qual bela imagem desse mosaico que mostra o rosto de Cristo e nos torna parcela da Igreja maior unida ao Papa que diversas vezes nos visitou com paternal atenção. 

Continuaremos a fazer memória e a construir uma história que avança segundo o ritmo de tantos corações. Batem timbrados pela sabedoria do nosso padroeiro, Santo Agostinho, e pela ternura da nossa padroeira, a Virgem de Fátima. Pode bem ser este o símbolo da vitalidade desta grei que quer construir pontes com todos os corações, com cada coração humano para que possa viver na alegria a festa maior da pertença à humanidade renovada à luz do Evangelho. 

Ao longo destes três dias todos terão oportunidade de perceber como queremos ser Igreja missionária no século XXI, que procura “sair”, “escutar” e “festejar”. A festa da fé que agora inicia é, por isso, um tempo de pausa no nosso quotidiano. Pausa que fazemos para podermos celebrar o nosso Deus, mas também a Sua comunidade, a nossa comunidade; a fim de nos podermos encontrar enquanto povo, na alegria e no entusiasmo de sermos cidadãos do mundo e cidadãos de Deus. 

2. Não fazemos festa sozinhos, em círculo fechado, dentro de muros, mas no meio da cidade com toda a sociedade civil aqui representada pelas autoridades autárquicas, civis, militares, académicas e representantes de diversas instituições. Porque a história deste território eclesiástico cruza-se com a história desta região e das suas comunidades. É significativo que no movimento da restauração da Diocese se manifestasse desde o início o interesse de várias câmaras municipais junto da Santa Sé reconhecendo a importância duma Igreja próxima do povo, da sua vida e da sua cultura. Ainda hoje, com a consciência clara de que a Igreja não tem qualquer ambição poder e no respeito pela autonomia das instituições, todos reconhecem como é importante a colaboração mútua para o bem comum do mesmo povo e como a Igreja, na sua missão própria, contribui para a coesão social com a cultura da fraternidade e do encontro, que é o cimento da coesão; contribui para a proximidade e a solidariedade com a obra social junto  dos mais pobres, dos mais frágeis e descartados; para a qualidade de vida, que só é completa com uma vida espiritual de qualidade; e para a promoção cultural pela aliança entre fé, cultura e património artístico É este olhar para o bem comum que faz crescer nas pessoas a dignidade de ser cidadãos.

Por estes motivos agradeço do coração a presença tão significativa de todos os autarcas e representantes das diversas instituições civis, militares e académicas. A festa também é vossa.

3. Partilhamos a festa com a PSP. É para nós motivo de grande regozijo realizar esta sessão em parceria com a PSP para inaugurar em simultâneo a Festa da Fé do centenário da restauração da diocese e as comemorações do 144º aniversário do Comando Distrital de Leiria da PSP.  É-me grato saudar com toda a deferência o Senhor Comandante do Comando Distrital de Leiria, Superintendente Paulo Marciano Lopes Quinteiro e, na sua pessoa, toda a Corporação a quem endereço os parabéns, manifesto a melhor estima, agradeço toda a colaboração para a organização desta festa e agradeço o concerto oferecido pela Banda Sinfónica da PSP. Não posso deixar de prestar aqui a merecida homenagem à vossa nobre missão de tutelar a segurança e a liberdade dos cidadãos que exerceis com honra e profundo sentido do dever ao serviço das pessoas e do bem comum. Muito obrigado!

4. Para organizar e estruturar esta festa foi necessário um longo percurso de muito trabalho, dedicação e conjugação de boas vontades, por parte de inúmera gente envolvida. Contámos com a parceria da Câmara Municipal de Leiria (que desde o primeiro momento ofereceu toda a colaboração), da PSP, dos Bombeiros Municipais, da Paróquia da Sé, da Empresa Martos e de tantos voluntários das várias comunidades. Não esqueço as paróquias, as comunidades religiosas e os movimentos eclesiais e quantos abraçaram esta causa, trabalharam na sua preparação e motivaram a participação de muitos. A todos, especialmente à Comissão Organizadora, presidida pelo P. Cristiano Saraiva, expresso a profunda gratidão pelo empenho, pelo entusiasmo e pela paixão que puseram na organização da festa e no seu êxito. Estão de parabéns! Que Deus lhes pague!

A Festa da fé, como evento cultural e espiritual, é também um valor acrescentado para a humanização da cidade trazendo para o seu centro a convivialidade e a fraternidade do amor, sem o qual o coração humano e a cidade dos homens se transformam num deserto espiritual. Faz bem ao nosso coração e ao nosso espírito passear pelos “corredores” desta exposição, parar em atitude de silêncio e contemplação, participar nos vários eventos para viver a alegria e a beleza do encontro e do convívio fraterno. Haverá propostas para todas as idades e de todos os géneros, num programa recheado que inclui celebrações, atendimento espiritual, concertos, um festival jovem, um ciclo de cinema, uma conferência, exposições, oficinas, visitas a museus, mostra de carismas, animação de rua… e também tasquinhas e bares. A festa encerrará no domingo com uma solene celebração às 16h, na Praça da República, para a qual tenho o prazer de convidar a todos.

Votos de felizes dias: “saindo”, “escutando” e “festejando”, façamos a festa da nossa fé! 

Muito obrigado a todos!

† António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

 

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