A Solenidade do Corpo de Deus. O dia em que a Diocese foi convidada para a festa das crianças

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A Solenidade do Corpo de Deus em Leiria não foi “apenas” a celebração da Missa e a tradicional Procissão do Santíssimo pelas ruas da cidade. Este ano, como nos anos mais recentes, as crianças encheram a festa com o colorido que apenas elas sabem dar.

Às 10h30 do dia 20 junho, o jardim junto à igreja de Santo Agostinho, em Leiria, já mostrava o bulício que iria continuar pelo dia fora. O dia estava ameno, o sol não se impunha como num dia normal do verão que estava a poucas horas de começar, pelo que não seria pelas condições atmosféricas que as 240 crianças do 3.º e 4.º ano da catequese de 17 paróquias não aproveitariam o programa que estava prestes a começar.

No palco montado no local e que seria, à tarde, o altar para a celebração da Eucaristia, estava a Márcia mais uma amiga a dar os primeiros acordes que convidavam à animação dos que iam chegando depois de terem feito o registo nas mesas que a organização tinha disposto para o efeito.


No Twitter da Diocese, era feito o acompanhamento em tempo real do programa do dia.


O mapa da Ceia

O Serviço Diocesano da Catequese (SDC) preparara um jogo a que deram o sugestivo título de “Vamos Cear com Jesus”, onde cada grupo de crianças, munida de um mapa para o efeito, teria de passar por 10 postos temáticos distribuídos pela cidade ao longo do percurso “polis”. A ideia, de acordo com o padre José Henrique, que dirige o SDC, era “ajudar a aprofundar o mistério celebrado na Eucaristia, na qual as crianças participaram plenamente, pela Comunhão, além de poderem marcar esta caminhada com um encontro com o Sr. Bispo, na celebração da Eucaristia e na Procissão do Corpo de Deus em Leiria”. Para dar o pontapé de saída, foi feita uma encenação a partir do episódio da Última Ceia.

Num desse postos — o posto da Paz —, apanhámos o grupo da paróquia da Azoia. Perguntámos-lhes o que andavam a fazer. “Andamos a celebrar a Festa da Eucaristia”, foi quase exclamado em coro. Pedimos para explicar melhor e não se fizeram rogados: “cada atividade é um bocadinho da Missa”. Reparámos que cada criança andava com um pequeno livrinho na mão. Era uma espécie de guião e caderneta: explicava detalhadamente cada momento da Missa e tinha espaços para colarem os autocolantes que iam recebem em cada local por onde passavam.

Durante a manhã estava previsto serem percorridos cinco postos com diversas actividades lúdicas, jogos e perguntas, após os quais fariam um breve intervalo para descansar e almoçar o farnel que tinham trazido de casa, aproveitando o jardim da cidade para o efeito.

Dos cinco postos percorridos durante a tarde, o último seria no interior na igreja do Espírito Santo, ali ao pé da rotunda do sinaleiro. Lá dentro, estava o Santíssimo em exposição, pelo que a atividade teria contornos bem distintos das anteriores. Com a orientação do padre Eduardo Caseiro, as crianças fizeram um momento de adoração e de meditação sobre o mistério da Eucaristia. À saída, encontrámos o grupo dos Parceiros. Também eles tinham gostado muito dos jogos que tinham feito durante o dia, mas aqueles momentos que estiveram “lá dentro, a falar sobre Jesus” foram os que gostaram mais. Tinham percorrido todo o mapa e agora eram horas de regressar à base, o jardim de Santo Agostinho onde se realizaria o programa principal do dia e, desta feita, aberto a toda a Diocese.

Nas ruas “onde Jesus Cristo passa”

Às 16h00 começava a celebração da Missa. O jardim ali ao sopé do monte do santuário de Nossa Senhora da Encarnação já albergava milhares de fiéis que tinham vindo de todos os quadrantes da Diocese para participar. Na medida do que conseguiam, e porque o sol estava mais forte que durante a manhã, iam ocupando as sombras que o espaço oferecia. Alguns deles não precisavam: vinham precavidos de guarda sol e até mesmo um pequeno assento, pelo que o relvado era a melhor opção para participarem confortavelmente na celebração.

A Missa foi, como habitual, presidida pelo bispo D. António Marto. Acompanhavam-no três bispos eméritos de Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco e Beja. Na homilia referia-se àquele dia com “uma festa muito querida ao povo cristão, embelezada pela presença das crianças que já fizeram a primeira comunhão”. Estava dado o mote para uma “conversa” privilegiada com os mais pequenos. Afinal, havia duas razões para eles estarem ali: recordar a primeira comunhão e “agradecer a Jesus por ter querido ficar connosco para sempre no sacramento da Eucaristia”.

No seguimento da temática do dia, D. António Marto lembrou a última ceia e “o dom mais precioso que Jesus deixou aos discípulos na hora da sua despedida, o dom da Sua presença”. Depois, referiu-se ao evangelho do dia, que narrava o episódio da multiplicação dos pães e focou um “aspeto muito belo” desse texto: “os pães e os peixes tinham sido trazidos por um rapazinho”, salientado a importância das crianças. “Jesus ensina-nos a partilhar o pouco que somos e temos e por isso faz maravilhas”, explicou, acrescentando que “não é só fome de pão, mas também de amor, justiça, solidariedade, paz, sentido para a vida, alegra de viver e fome de Deus pai, da Sua ternura e misericórdia”.

A finalizar a homilia, o Bispo diocesano referiu que “Jesus confia-nos uma missão: ser sinal da Sua presença no mundo”. Desta forma justificava a realização da procissão até à Sé: “por isso levamos Jesus Cristo em procissão pelas ruas da cidade, queremos que as nossas ruas sejam rua onde Jesus Cristo passa”.

Após a celebração, fez-se a habitual procissão do Santíssimo até à catedral. Para além do povo que participou na Missa, a estiveram a acompanhar três filarmónicas da Diocese.

Já no adro da Sé, D. António Marto, depois dos normais agradecimentos a todas as pessoas envolvidas e participantes, deixou um comovido desabafo. “A vossa fé é um conforto para o Bispo”, confessou, lembrando as crianças, os jovens, os pobres e os doentes.

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Captura de ecrã 2024-04-17, às 12.19.04

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