A Jornada Mundial da Juventude decorreu em Lisboa, entre os dias 1 e 6 de agosto de 2023. Um milhão e meio de pessoas responderam ao apelo do Papa e rumaram até Lisboa, tornando-a na quinta maior Jornada da Juventude de sempre.
A paróquia da Bajouca começou a viver este espírito de alegria, convívio, aprendizagem e de interculturalidade no dia 23 de julho, com a chegada do primeiro grupo de peregrinos para a pré-jornada. Durante essa semana, a paróquia acolheu cerca de 60 peregrinos dos países do Equador, das Filipinas e da Malásia.
A pré-jornada foi um momento muito importante para o grupo de 21 peregrinos (11 pioneiros e 1 dirigente do Agrupamento 1226 e 9 jovens) que partiu da paróquia da Bajouca para viver este grande evento a nível mundial. Durante uma semana foi possível fortalecer e crescer enquanto grupo, começar a vivenciar, de modo mais reduzido, o espírito que os esperaria na semana seguinte em Lisboa.
Tal como Maria, no dia 1 de agosto partiram apressadamente para Lisboa, mais concretamente para a paróquia do Catujal, ansiosos pelos desafios que os esperariam. O primeiro dia foi uma pequena “amostra” daquilo que iriam experimentar durante aquela semana, tendo o primeiro contacto com a grande multidão que partilharia aquela semana tão importante.
As manhãs começaram com o Rise-Up, na igreja do Catujal, onde foram abordados os temas ecologia integral, amizade social e grande anúncio do amor de Deus. Os testemunhos dos jovens, relacionados com estes temas, inspiraram e deram exemplos concretos da sua vida para os peregrinos da diocese de Leiria-Fátima e diocese de Aveiro. Estes encontros contaram também com a presença de três Bispos brasileiros que enriqueceram estas partilhas e aprendizagens.
No dia 2 de agosto, da parte da tarde, o grupo de pioneiros participou na festa e Eucaristia, na Quinta das Conchas, com os escuteiros de todas as partes do Mundo, um momento de partilha e animação escutista.
Durante toda a semana os peregrinos puderam, por um lado, aprofundar a fé, aproximar-se de Jesus Cristo, através da oração em conjunto, da reconciliação, via-sacra e vigília, por outro conviver, partilhar experiências e inquietações com os outros jovens.
Sob o lema “«Maria levantou-se e partiu apressadamente», “os jovens foram desafiados, pelo Papa, a não ter medo de mudar o mundo pela justiça e pela paz, porque na Igreja existe espaço para “Todos, Todos, Todos”.
Numa semana com muitas emoções, oração, alegrias e cansaço o sorriso contagiante, as músicas e canções dos peregrinos que percorreram as ruas de Lisboa foi simplesmente indescritível. Apesar do calor, das filas nos transportes, nos almoços, nas casas de banho a alegria que se fez sentir espalhou-se por toda a cidade numa diversidade de línguas. Com as bandeiras ao alto, os peregrinos cumprimentaram-se, estenderam-se as mãos, fotografaram-se juntos, fizeram amigos. Como se, pelo menos durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), fossem todos iguais e não houvesse barreiras. Poderá ter sido uma ilusão, um sonho, mas foi bonito de ver. E de sentir.
A vigília, um dos pontos altos de toda a Jornada e o momento mais esperado, foi, por um lado, o encontro com o sucessor de Pedro, por outro, o momento de oração em uníssono de todos os participantes, que neste caso foram um milhão e meio. Muitos dos participantes, carregados com a comida, saco de cama e muita água, fizeram o percurso de alguns quilómetros a pé, debaixo de um calor intenso (40 graus). Apesar de cansados, do calor insuportável, não arredaram pé e esperaram o Papa que presidiu à vigília. Numa atmosfera que se prolongou durante a exposição do Santíssimo Sacramento, em profundo silêncio. A exposição do Santíssimo Sacramento foi um momento impressionante, porque um milhão e meio de jovens fizeram silêncio, ao mesmo tempo, sem se ouvir um único ruído. Quando o Papa expôs o Santíssimo Sacramento todos olharam para os ecrãs e fizeram silêncio, sem ninguém mandar calar. Este realmente foi um dos momentos mais marcantes para todos, visto que de um momento para o outro houve um silêncio inacreditável. Durante estas 24h em que os peregrinos estiveram no Campo da Graça, sob elevadas temperaturas, foi possível presenciar um lindo pôr-do-sol e um nascer do sol lindíssimo.
No coração ficam as mensagens do Papa Francisco, em especial a frase “Somos amados como somos. Não como gostaríamos de ser, mas como somos agora. […] Cada um de nós é chamado pelo nome. Não se trata de um simples modo de dizer, é Palavra de Deus (cf. Is 43, 1; 2 Tm 1, 9). Amigo, amiga, se Deus te chama pelo nome significa que, para Ele, nenhum de nós é um número; mas é um rosto, é uma cara, é um coração.” E a Frase “O único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo é para ajudá-la a levantar-se”.
Em duas palavras podemos afirmar que as Jornadas foram indescritíveis e inesquecíveis, momentos que jamais serão esquecidos e que marcarão para sempre os participantes!
Os pioneiros do 1226 da Bajouca