A minha paróquia está morta

Andamos em caminhada sinodal, a fazerem-se reuniões para se chegarem a umas determinadas conclusões e sugestões sem termos a coragem de ir ao fundo da questão.

Há dias numa assembleia de vigararia duma determinada diocese de Portugal, onde estava o bispo diocesano, alguns párocos e o povo de Deus, faziam-se grandes reflexões como viver hoje a fé e como dinamizar a nossa Igreja. Entre bonitos discursos e palavras de ocasião, tentava-se olhar para o futuro e ver o que se podia melhorar.

Depois de quase duas horas de bons discursos e de algumas conclusões, há uma senhora da assembleia que pede a palavra, para com voz forte dizer o seguinte: Sr. Bispo e caros Padres, a minha paróquia está morta. Para quê tantos discursos e reuniões quando a minha paróquia, volto a dizer, está morta. Todos ficaram caladinhos por uns instantes e um silêncio gélido tomou conta da assembleia.

Aqui está a pura verdade da nossa Igreja em Portugal. Não vale a pena andarmos reuniões em reuniões a bater no mesmo, a procurarmos soluções onde estas já estão gastas e bolorentas. A querermos insistir numa pastoral de manutenção e de cuidados mínimos. A resumir a vida paroquial à celebração de missas, sem chama e sem vida, a sacramentos por sacramentos e a enterrar os mortos. E com imensas reuniões que não saem da cepa torta. Toda a gente está farta e cansada deste tipo de vida cristã e de pastoral.

Andamos em caminhada sinodal, a fazerem-se reuniões para se chegarem a umas determinadas conclusões e sugestões sem termos a coragem de ir ao fundo da questão.

Bispos, padres e leigos já não sabem mais o que fazer. E quando assim é, vai-se inventando aqui e acolá a ver se aguentamos o que resta.

O que fazer então?

Primeiramente é preciso ter muita humildade e coragem em assumir o estado de coisas a que chegou a nossa Igreja, sem rodeios e sem saudosismos. Depois precisa-se de fazer o essencial de qualquer Religião: que se evangelize. Que haja coragem de incrementar uma Nova Evangelização nos conteúdos e nos meios. Apostar fortemente na reforma de muitas dimensões da nossa Igreja. Não queiramos continuar a teimar em colocar uma nova evangelização com meios velhos. Vinho novo em odres novos!

Precisamos de deixar esquemas que já estão ultrapassados pelo tempo e pela actualidade. Precisamos de levar o altar ao mundo dos homens de hoje. Deixarmos os nossos palcos e mordomias clericais e não ter medo de sujar as mãos e os pés junto do povo que caminha.

A Exortação Apostólica do Papa Francisco “A Alegria do Evangelho” que tanta esperança trouxe para uma nova etapa missionária da nossa Igreja, já foi arrumada numa gaveta e hoje cada paróquia navega à sua maneira.

Aconselho para os que, ainda acreditam numa renovação profunda da nossa Igreja, e sobretudo para os nossos bispos e párocos que leiam e meditem o livro do Pe. James Mallon, Canadiano, “Uma Renovação Divina: de uma paróquia de manutenção a uma paróquia missionária.

Dizia a tal senhora: A minha paróquia está morta. E a tua?

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