Procuro andar mais ou menos informada sobre os acontecimentos dos nossos dias através dos canais televisivos, leitura de jornais e internet.
Senti deveras revolta e indignação quando ouvi e li notícias sobre abusos sexuais praticados por padres que servem a Igreja Católica Apostólica Romana a que pertenço.
Através da história a Igreja passou por grandes e variadas crises, não fosse ela formada por homens com todos os defeitos inerentes à fragilidade do barro de que todos somos formados.
A atitude de tais padres é a completa antítese dos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo. E quando escrevo este pequeno texto sobre o tema não poderei deixar de ver em letras muito grandes a frase plasmada há muitos anos na minha memória de mão dada com o coração: «Deixai vir a mim as crianças. Ai de quem escandalizar um desses pequeninos. Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal um só destes pequeninos. Tomai cuidado de vós mesmos.» Fui secundada logo de outro pensamento que me abalroou a mente: E com um chicote de cordas expulsou os vendilhões do templo: «Raça de víboras, a minha casa é casa de oração e fizeram dela covil de ladrões.»
E depois de um misto de indignação e tristeza, veio-me à tona do pensamento «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.»
Serenei o espírito quando me lembrei das palavras sábias porque humildes do presidente da Conferência Episcopal, D. José Ornelas, e dos bispos de Angra, Guarda e Évora, em consonância com as declarações de D. Januário Torgal, bispo emérito das Forças Armadas.