Carta Pastoral 2017-2018 – No Centenário da Restauração da Diocese
A alegria de ser Igreja em Missão
† António Marto
Leiria, 28 de agosto de 2017,
Festa de S. Agostinho, co-padroeiro da Diocese
Refª: CE2017B-005
Caríssimos Diocesanos,
Irmãos e irmãs no Senhor
“Alegrai-vos, exultai, transbordai de alegria…” (cf. Is 66, 10), diz o profeta. Estes três verbos exprimem a intensidade de uma alegria que vem do coração de Deus e se estende efusivamente ao seu povo. Eles traduzem bem o nosso júbilo neste tempo de graça que nos é dado viver.
Estamos ainda a celebrar o Jubileu do Centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima. Dedicámos um biénio a conhecer a figura da Virgem Maria na história da salvação e a atualidade da mensagem de Fátima com uma série de iniciativas que trouxeram frutos de renovação espiritual e pastoral. Recordamos a visita da Imagem, as peregrinações vicariais a Fátima e a peregrinação internacional de 13 de maio com o Papa Francisco e a canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. Pudemos sentir mais intensamente que “temos Mãe”, como repetiu o Papa, a Mãe de Ternura e de Misericórdia, que com o seu Imaculado Coração nos conduz até Deus e nos chama à santidade.
Este novo ano pastoral será dedicado à celebração do Centenário da restauração da Diocese que aconteceu em 17 de janeiro de 1918. É uma data que deve ser comemorada, meditada e festejada como tempo de graça e de renovação espiritual e pastoral. Para isso escolhemos o lema: Leiria-Fátima em Festa. Centenário da restauração da Diocese (1918-2018), e os seguintes objetivos: 1) avivar a consciência do percurso histórico da Diocese nos últimos cem anos e dar graças a Deus; 2) fortalecer o sentido de pertença à comunidade diocesana; 3) motivar a vida e a missão eclesial no testemunho e anúncio do Evangelho.
O Ano Pastoral será para nós um Ano Jubilar como o requer a importância do acontecimento. Esta carta propõe-se iluminar o percurso pastoral da nossa Igreja diocesana ao longo de 2017-2018 e ajudar a vivê-lo com o entusiasmo irradiante da fé.
I. MEMÓRIA E GRATIDÃO
1. Fazer memória é uma dimensão da nossa fé
Cem anos representam já uma longa peregrinação no tempo que nos convida a “recordar”, a fazer memória, tal como Moisés exortava o povo de Deus: “Recorda-te de todo o caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer durante quarenta anos pelo deserto para te experimentar, para conhecer o teu coração… Não esqueças o Senhor … que te alimentou com o maná … para te ensinar que nem só de pão vive o homem; de tudo o que sai da boca do Senhor é que o homem viverá” (Deut 8, 2-3). É um convite ao povo de Israel a reler o seu passado descobrindo nele a providência de Deus e o amor com que o Senhor o conduziu através da história em momentos difíceis. Israel nunca deixou de fazer memória do que Deus fez por ele.
O Papa Francisco põe em relevo este aspeto para hoje. “Não devemos esquecer a história viva que nos acolhe e impele para diante. A memória é uma dimensão da nossa fé que poderíamos chamar deuteronómica por analogia com a memória de Israel… A alegria evangelizadora refulge sempre sobre o horizonte da memória agradecida… O crente é, fundamentalmente, uma pessoa que faz memória” (EG 13).
Como povo de Deus somos chamados a fazer memória de uma história de que somos herdeiros, a revisitá-la, a relê-la na perspetiva das maravilhas que Deus realizou no nosso povo e do louvor que elas suscitam em nós tal como acontece na Bíblia.
“Recordar é essencial para a fé, como a água para uma planta: tal como uma planta sem água não pode permanecer viva e dar frutos, assim acontece à fé se não se sacia na memória de quanto o Senhor fez por nós” (Papa Francisco).
2. Fazer memória enraíza-nos na história como povo
Nós sabemos como a perda da memória, por motivo de doença, é uma tragédia para um ser humano. O mesmo pode acontecer a um povo: perdendo a memória corta as raízes, perde a consciência da sua identidade. Isto vale também para o povo de Deus, aqui e agora, que constitui uma diocese. A recordação da sua história é fator de identidade, unidade e continuidade. Sabendo donde vimos, tomamos consciência do que somos, dos laços que nos unem, dos valores que nos movem.
Fazer memória do percurso de cem anos da diocese ajuda a sentirmo-nos parte de uma história que nos precede e que contribuiu para dar forma à nossa vida cristã, à de muitas famílias, comunidades, paróquias e à própria Igreja particular/local que somos.
Não se faz memória abstrata, mas concreta: de rostos, de pessoas com nome próprio, de experiências, acontecimentos e momentos que concorreram para dar forma a estes cem anos, para a identidade eclesial diocesana enraizada no tempo e no nosso espaço geográfico e humano.
De facto, “a memória faz-nos presente, juntamente com Jesus, uma verdadeira nuvem de testemunhas” (Heb 12, 1). De entre elas, distinguem-se algumas pessoas que incidiram de maneira especial para fazer germinar a nossa alegria crente: ‘Recordai-vos dos vossos guias, que vos pregaram a Palavra de Deus’ (Heb 13, 7). Às vezes trata-se de pessoas simples e próximas de nós, que nos iniciaram na vida da fé: ‘Trago à memória a tua fé sem fingimento, que se encontrava já na tua avó Lóide e na tua mãe Eunice’ (2 Tim 1, 5)” (EG 13).
Sem esta presença da fé viva, experimentada e proclamada pelas gerações que nos precederam, não haveria Igreja diocesana. Reler esta história enraíza-nos na única realidade que funda a nossa existência como comunidade de discípulos; permite-nos fazer a experiência espiritual de reapropriação da nossa identidade: como e com aqueles que nos precederam, somos discípulos do mesmo Senhor, membros do mesmo Corpo de Cristo, para além dos tempos, das diferenças e sensibilidades, como povo de Deus. A Igreja diocesana é de ontem e de hoje.
Esta consciência histórica da nossa identidade e unidade é hoje muito importante e necessária tanto para os indivíduos como para as coletividades. Veja-se como as nações e os povos celebram os aniversários e instituem festividades comemorativas. A coesão de uma família, de um grupo social, político ou religioso e, mais ainda, o seu futuro, depende em larga medida da sua capacidade de conservar a memória das origens e da sua história: dos lugares, da proximidade, dos sinais de união, dos escritos, das pessoas, dos heróis, dos santos, memória sacramental dos dons de Deus…
3. Memória do futuro
Celebrar estes cem anos da diocese é ainda sentirmo-nos herdeiros de um património religioso e espiritual que somos chamados a valorizar e fazer frutificar: guardar a memória e cultivar a esperança. “Saber fazer memória do passado não significa ser nostálgicos ou ficar presos a um determinado período da história, mas saber reconhecer as próprias origens, para voltar sempre ao essencial e lançar-se com fidelidade criativa na construção de tempos novos” (Papa Francisco, Mensagem JMJ 2017).
Em relação à memória, é preciso evitar duas atitudes ou tentações opostas: glorificar os êxitos do passado denegrindo o presente, como quando se diz “antes era bem melhor” ou “sempre se fez assim”. Cairíamos no que o Papa Francisco denuncia: “a psicologia do túmulo que, pouco a pouco, transforma os cristãos em múmias de museu” (EG 83). Ou pôr em relevo os erros do passado para exaltar o presente. Há que valorizar o que de bom e positivo Deus realizou no nosso povo, apoiar-se no passado para construir o futuro.
Trata-se de, inspirando-se no passado, encontrar os meios para adquirir uma arte de viver hoje a fé, na relação com Deus e com os outros, adquirir uma sabedoria para viver – sobretudo em condições inéditas – os acontecimentos atuais com esperança e coragem, como fizeram os nossos pais. S. João Paulo II aplicou este critério à passagem do milénio: “Há muitas recordações que ficaram gravadas em nós… Mas agora devemos olhar para a frente, temos de ‘fazer-nos ao largo’… As experiências vividas devem suscitar em nós um dinamismo novo que nos leve a investir em iniciativas concretas o entusiasmo que sentimos” (NMI 15).
4. Memória agradecida
O centenário da restauração da diocese é a história de um povo de homens e mulheres de todas as idades e condições que apostaram no desejo de viver juntos o encontro com o Senhor, a fé em Jesus Cristo: pequenos e grandes, leigos e pastores, juntos como irmãos e irmãs, independentemente da posição social, da preparação cultural, do lugar de proveniência. Fiéis cristãos que em cada tempo partilharam a busca de caminhos através dos quais anunciaram com a própria vida o amor de Deus e contribuíram, com o próprio trabalho e serviço, com a sua missão e competência, para a construção de uma sociedade mais humana, justa, fraterna e solidária. É uma história de paixão por Cristo, pela Igreja e pelo mundo. Por isso esta nossa história cruza-se com a da sociedade e do país. O Centenário é momento favorável para dar graças a Deus e manifestar a gratidão a todos os que nos precederam no testemunho da fé e do amor. A nossa memória está impregnada do perfume do agradecimento.
5. Marcas duma história centenária
Como toda a história, também a nossa é feita de altos e baixos, de luzes e sombras. Não é este o momento para a sintetizar. Será feita uma publicação nesse sentido. Mas penso ser dever acenar, ainda que muito rapidamente, a alguns acontecimentos que deixaram marca indelével na vida diocesana, nestes cem anos.
Desde logo, o esforço de quantos acreditaram e lutaram com perseverança para se alcançar a graça da restauração.
Entretanto, dá-se o acontecimento-mensagem de Fátima que conferiu à diocese uma caraterística intensamente mariana e a dotou do carisma específico de cuidar da mensagem e da sua atualidade para a renovação da Igreja e a paz no mundo.
A diocese recebeu o contributo de muitos sacerdotes, por vezes com iniciativas relevantes que ainda hoje perduram, e também das comunidades de religiosos/as, que se implantaram sobretudo em Fátima e prestaram significativos serviços nas comunidades paroquiais para o crescimento espiritual e o despontar do espírito missionário tornando-as viveiros de vocações sacerdotais, religiosas e missionárias.
Devemos lembrar também os movimentos apostólicos, particularmente a Ação Católica e os Cursos de Cristandade, que forjaram gerações de cristãos comprometidos na pastoral paroquial e diocesana, na ação política e nas responsabilidades sociais.
A implementação das diretrizes pastorais do Concílio Vaticano II promoveu a corresponsabilidade e a participação de todos os fiéis na vida da Igreja através dos Departamentos e Serviços diocesanos e dos vários Conselhos a nível paroquial e diocesano. Nesta mesma linha colocou-se o Sínodo Diocesano, que mobilizou a diocese com entusiasmo e donde saiu um projeto pastoral para seis anos. O Ano Jubilar será boa ocasião para reler ou ler as “Orientações sinodais” que estão no “Livro do IV Sínodo Diocesano de Leiria-Fátima” e servem de estímulo ao caminho que estamos a percorrer.
Como referi no início, o Centenário das Aparições de Fátima também foi um marco importante para a descoberta da figura de Maria, Mãe de Jesus, na vida do cristão e da Igreja, para a redescoberta e o aprofundamento da mensagem de Fátima e para a celebração da santidade dos dois Pastorinhos, Francisco e Jacinta, oriundos da nossa diocese.
6. Herança que nos interpela e impele para diante
Diz-se, com razão, que não se conhece verdadeiramente uma pessoa, se se ignora a sua história. Se os traços físicos de uma pessoa trazem por vezes o traço dos acontecimentos que marcaram a sua vida, o rosto de uma diocese é também o resultado da sua história. Neste ano pastoral daremos a conhecer uma síntese da história da Diocese através da publicação de um opúsculo e de uma Banda Desenhada para crianças. Realizaremos também um Congresso Histórico sobre os cem anos em 18 e 19 de maio de 2018.
Celebrar o jubileu da restauração da diocese põe-nos algumas interrogações: A que nos convida o Senhor com este acontecimento? Que nos inspira para nos fazermos “ao largo” e melhor servir a missão que Ele nos confia?
Herdeiros de uma fé que nos construiu, seremos capazes de reconhecer o que recebemos e dar graças por isso? Saberemos redescobrir a beleza do que se viveu nesta nossa terra para reencontrarmos a vontade de trabalhar nesta obra? Saberemos extrair da nossa história os tesouros de imaginação, de criatividade necessários para anunciar o Evangelho a este mundo em transformação? Saberemos conjugar fidelidade e iniciativas audaciosas para que as gerações futuras possam, por sua vez, descobrir e louvar Deus pelas suas maravilhas a favor dos homens?
II. DIOCESE: A IGREJA LOCAL MAIS PRÓXIMA DA VIDA E DA CULTURA DE UM POVO
7. Antioquia: uma Igreja local dos primórdios
Por vezes sofremos a tentação de compreender a diocese como uma circunscrição administrativa ou uma sucursal duma multinacional religiosa que seria a Igreja Católica. Vamos, pois, aprofundar o verdadeiro sentido de Igreja específico de uma diocese, à luz da criação das comunidades cristãs locais no Novo Testamento, que se chamaram Igrejas.
Concretamente, fixamos a nossa atenção na Igreja de Antioquia porque teve um papel muito significativo no desenvolvimento da Igreja dos inícios. Depois de Jerusalém, foi a primeira grande comunidade onde o Evangelho foi anunciado aos pagãos e onde os crentes em Cristo foram chamados “cristãos”.
Vejamos, antes de mais, o contexto sociocultural em que isto aconteceu. Antioquia da Síria – hoje na Turquia – era a terceira cidade do império romano, depois de Roma e Alexandria. Contava com meio milhão de habitantes, era a capital da província romana da Síria, lugar de tráfego e de comércio, encruzilhada de povos, etnias, culturas e mentalidades diversas. Aí vivia também uma forte comunidade judaica. Tudo isto tornava-a uma cidade cosmopolita, rica, bela, conhecida como a Rainha do Oriente. Em breve revelou-se terreno fértil para o Evangelho de Jesus.
8. A fundação da Igreja de Antioquia
O livro Atos dos Apóstolos narra assim os inícios da Igreja de Antioquia: “Entretanto, os que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada por causa de Estêvão, adiantaram-se até à Fenícia, Chipre e Antioquia, mas não anunciavam a Palavra senão aos judeus. Houve, porém, alguns deles, homens de Chipre e de Cirene que, chegando a Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando-lhes a Boa Nova do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor” (11, 19-21).
“E grande foi o número dos que abraçaram a fé…”
Os inícios da Igreja de Antioquia não se devem aos apóstolos ou a enviados seus. Devem-se a alguns discípulos anónimos fugidos à perseguição em Jerusalém. Ao chegarem a Antioquia começaram a anunciar aos gregos pagãos (e não só aos judeus crentes) a Boa Nova de que Jesus é o Senhor. O grande sucesso desta missão é atribuído pelo autor “à mão do Senhor”, ao poder de Deus, à força da sua Palavra. Os que creem em Jesus como Cristo formam uma comunidade de cristãos composta por gentios e judeus convertidos.
A missão de Barnabé e de Paulo
A notícia deste sucesso vasto, imprevisto e inesperado chegou rápido à Igreja mãe de Jerusalém e apanhou-a de surpresa. Os apóstolos enviaram para lá Barnabé com a missão de discernir esta novidade, se se verificava a autenticidade do anúncio do Evangelho e a unidade da Igreja. “Assim que ele chegou e viu a graça concedida por Deus, regozijou-se com isso e exortou-os a todos a que se conservassem unidos ao Senhor, de coração firme; ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Assim, uma grande multidão aderiu ao Senhor” (11, 22-24).
Barnabé tocou ao vivo a graça do Senhor e os seus efeitos, a ação do Espírito na vida das pessoas e da comunidade. Vendo uma realidade pastoral diversa sabe reconhecer que é, todavia, obra do Senhor. Consegue fazer isto porque é “um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé”. Como tal, ele mesmo torna-se animador da obra evangelizadora. Resultado: “uma grande multidão aderiu ao Senhor”!
Por sua iniciativa, Barnabé fez ainda algo de grande: sentindo necessidade de ajuda, vai a Tarso buscar Paulo para colaborar no novo projeto pastoral. “Durante um ano inteiro, mantiveram-se juntos nesta Igreja e ensinaram muita gente” (11, 26). Formaram muitos no aprofundamento do mistério da Palavra que já tinham recebido.
Uma coleta, sinal de comunhão eclesial
Há ainda um facto novo que reforça a comunhão entre Antioquia e Jerusalém, a Igreja apostólica. Face ao anúncio de uma grande fome na Judeia, “os discípulos (de Antioquia), resolveram então enviar socorros aos irmãos da Judeia, o que fizeram por intermédio de Barnabé e Saulo” (11, 29-30).
Uma Igreja ministerial e missionária
Estes apóstolos consolidaram e organizaram esta comunidade cristã que não só era a primeira fora da Palestina, mas também a mais viva, bem preparada culturalmente e enriquecida pelo Espírito Santo com os ministérios de “profetas e doutores” (13, 1) e de missionários desejosos de também “abrir aos pagãos a porta da fé” (14, 27). Acima de todos os ministérios sobressai a figura do apóstolo como garante do Evangelho e da comunhão eclesial.
A vida desta Igreja é caraterizada também pela celebração do culto (a liturgia) e pelo jejum (13, 2), através dos quais vive a comunhão com Deus e a sua vontade. É neste contexto comunitário que intervém novamente o Espírito Santo e designa Paulo e Barnabé para a grande missão de evangelização dos gentios. A Igreja de Antioquia mostra-se pronta para dar dois dos seus mais autorizados membros para saírem em missão para além das suas fronteiras. Também isto é expressão de comunhão eclesial na abertura universal em todos os lugares e tempos.
9. Igreja Local, próxima da vida e da cultura dum povo
O retrato da Igreja de Antioquia ajuda-nos a compreender o “caráter local” da Igreja. De facto, ali deu-se uma viragem fundamental na pastoral da Igreja das origens. O pluralismo étnico de Antioquia convenceu os pregadores cristãos a lançarem a semente da Palavra num terreno novo, superando as barreiras culturais e raciais entre judeus e gentios. Começa assim o longo processo de transplantação ou tradução da mensagem cristã nas coordenadas culturais do mundo greco-romano diferente da cultura hebraica. É a primeira experiência de inculturação da fé no mundo helénico. Está a indicar a toda a Igreja um modelo de comunicação do Evangelho e de vivência da fé em circunstâncias do lugar, do tempo e da cultura.
Verificamos assim que a Igreja de Deus se torna presente, se manifesta, se realiza e atua de maneira concreta, histórica e real no meio dos homens. Não é uma realidade abstrata, mas possui um caráter radicalmente local e próximo. Não é uma sociedade anónima, sem rosto nem uma espécie de multinacional religiosa.
A Igreja nasce, cresce, toma forma e corpo em toda a parte em que homens e mulheres, pela fé e pelo batismo, recebem o dom do Espírito, acolhem a Palavra do Evangelho, celebram a Santa Eucaristia e os sacramentos da graça de Deus, vivem o amor fraterno, reunidos à volta do ministério apostólico do bispo com o seu presbitério.
Assim, a Igreja de Deus torna-se presente, realiza-se e cresce num determinado lugar (geográfico, humano e cultural) onde a vida torna as pessoas próximas, formando a Igreja local ou diocesana. É aí que Cristo nos convoca, reúne na comunhão e envia em missão.
O Papa Francisco acentua muito bem este aspeto: “Cada Igreja particular / local, porção da Igreja Católica sob a guia do seu Bispo… é o sujeito primário da evangelização, enquanto é a manifestação concreta da única Igreja num lugar da Terra e, nela ‘está verdadeiramente presente e opera a Igreja de Cristo, una, santa católica e apostólica’. É a Igreja incarnada num espaço concreto, dotada de todos os meios de salvação dados por Cristo, mas com um rosto local” (EG 30).
Compreendemos então que uma diocese torna a Igreja una, santa, católica e apostólica, mais próxima da vida real e da cultura de um povo; oferece uma possibilidade mais eficaz de fazer chegar o anúncio do Evangelho mais inculturado. Nela a Igreja realiza-se na totalidade das suas dimensões, designadamente do ministério apostólico do bispo, dos serviços diocesanos de evangelização e formação e da comunhão eclesial mais acessível e eficaz.
Todavia, o mistério da Igreja, para se tornar mais concreto e incarnado, realiza-se também nas comunidades locais mais pequenas, a que chamamos paróquias. A paróquia é uma comunidade de fiéis onde se gera a fé no dia-a-dia da vida das pessoas, onde se vive a alegria da comunhão e da participação na vitalidade da comunidade cristã. É a Igreja enraizada num lugar, presente no meio das casas dos homens, mais próxima à vida das pessoas: “a família de Deus, como uma fraternidade animada pelo espírito de unidade”. Porém, não é uma ilha ou feudo isolado e autossuficiente. É antes uma célula viva da Igreja diocesana; por isso mesmo, só encontra a sua plena realização na comunhão com ela. A multiplicidade de comunidades locais participa da mesma comunhão através do ministério do bispo. É ele que preside à unidade de todas e entre todas.
Nesta Igreja local, igualmente inseridas na sua comunhão e missão, estão também movimentos eclesiais, associações de fiéis, comunidades religiosas e novas comunidades, que a enriquecem com os seus carismas e dinamismos espirituais e apostólicos. Importa que reforcem os seus laços de pertença e a colaboração em benefício da comum missão eclesial.
10. Crescer na consciência de pertença à igreja diocesana
Verificamos, contudo, que grande parte dos fiéis valoriza mais uma comunidade de proximidade: a paróquia, o movimento, o grupo, a congregação religiosa e esquecem ou até ignoram a sua pertença afetiva e efetiva à Igreja diocesana. Por isso perguntemo-nos: que iniciativas pessoais e comunitárias podemos tomar no plano espiritual e na ação pastoral, para despertar a consciência diocesana e viver em Igreja amando-a mais e melhor. Apontamos algumas: realizar uma semana diocesana em cada paróquia; uma peregrinação de cada vigararia à Catedral com celebração presidida pelo bispo diocesano; um congresso teológico-pastoral; catequeses sobre a Igreja local; participação nos eventos de carácter diocesano (assembleia no início do ano pastoral, ordenações sacerdotais, peregrinação diocesana a Fátima, festa do Corpo de Deus…); oração pelas vocações sacerdotais, a oração pelo bispo na celebração eucarística, fonte primeira de comunhão entre ele e a sua Igreja. Aproveito para agradecer do coração a todos os que na eucaristia pronunciam o meu nome ou se associam a esse momento. É para mim o momento mais simples e mais intenso para renovar o abraço espiritual aos meus irmãos no sacerdócio e ao povo que me foi confiado.
III. IGREJA EM SAÍDA MISSIONÁRIA: SAIR, ESCUTAR, FESTEJAR
11. “Voltar às fontes”
Como vimos, a Igreja de Antioquia apresenta-se-nos como ícone de uma Igreja jovem, viva e missionária, porque acolhe o Evangelho, celebra o culto e escuta o apelo do Espírito para a missão. Isto é um forte estímulo para a nossa Igreja que – como a de outros países ocidentais – está a viver um envelhecimento, com sinais de cansaço e de resignação pastoral, de introversão eclesial, de timidez no testemunho evangélico, de falta de coragem para experiências novas, não obstante dispor de suficientes estruturas e de variedade de propostas.
Um “voltar às fontes”, valorizando o caminho de um século, poderá abrir-nos a uma etapa de renovação e de conversão pastoral apostando no essencial evangélico e num dinamismo missionário para os nossos tempos. É o que o Papa Francisco não se cansa de dizer insistentemente com a sua palavra e o seu exemplo. Para isso propõe-nos dar uma dimensão e um impulso missionários à pastoral ordinária das comunidades, àquilo que já fazemos no anúncio, na celebração e na caridade. É um horizonte com muitas implicações práticas. Aqui limitar-me-ei a articular esta via à volta de três verbos-chave no pontificado de Francisco: sair, escutar e festejar.
12. Sair
O Papa Francisco gosta de lembrar que a Igreja nasceu em saída animada pelo sopro do Espírito no Pentecostes, nasceu missionária. Esta deve ser pois a sua primeira atitude: “A Igreja é chamada a sair de si mesma e a ir às periferias não só geográficas, mas também as existenciais: as do mistério do pecado, da dor, da injustiça, as da ignorância e da ausência da fé, as do pensamento, as de toda a forma de miséria”.
Uma Igreja em saída é cada vez mais próxima das necessidades das pessoas, também dos mais afastados que se sentem postos à margem, uma Igreja próxima das famílias em dificuldade, próxima dos jovens, dos pobres e dos feridos da vida. “A Igreja não está no mundo para condenar, mas para permitir a todos o encontro com aquele amor entranhado que é a misericórdia de Deus”; “Desejo uma Igreja alegre com o rosto de mãe, que compreende, acompanha, acaricia” (Papa Francisco).
Há de ser este o nosso estilo pastoral: sentir solicitude para com todos e ir ao seu encontro como o bom samaritano, que não passa ao lado, mas se aproxima e cuida do homem caído, ferido e descartado. É a imagem da Igreja samaritana, casa materna da misericórdia ou “hospital de campanha” cuja tarefa mais urgente é cuidar dos feridos com amor e competência, ajudar a curar as feridas e dar o calor da proximidade aos corações desolados. Nesta perspetiva, precisamos de desenvolver “comunidades samaritanas” com olhos bem abertos para ver os caídos nas bermas da vida, se aproximar e cuidar deles.
Não podemos deixar de ter esta paixão no coração, esta ânsia missionária, este “espinho na carne” de levar a todos a beleza e a alegria do Evangelho com o perfume da misericórdia. A Igreja em saída missionária não espera que a gente venha, mas vai procurá-la onde ela vive para escutar e dialogar, abençoar e encorajar, partilhar as suas alegrias e esperanças, tristezas e angústias, perplexidades e dúvidas, interrogações e aspirações.
No final do Ano da Misericórdia, face ao escândalo de uma pobreza em crescimento, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres a celebrar no penúltimo domingo do ano litúrgico, o XXXIII do Tempo Comum, que este ano ocorrerá a 19 de novembro. Este evento “ajudará as comunidades e cada batizado a refletir como a pobreza está no coração do Evangelho e sobre o facto de que até quando o pobre Lázaro jaz à porta da nossa casa, não poderá haver justiça nem paz social” (MM 21). No passado dia 13 de junho, o Papa escreveu uma mensagem onde pede a todos os fiéis sem exceção “que se comprometam para que com este Dia Mundial dos Pobres se instaure uma tradição que seja uma contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo”. Peço às diferentes comunidades e serviços diocesanos que, em articulação com a Cáritas, identifiquem e tomem iniciativas oportunas para concretizar os objetivos deste Dia.
O dinamismo missionário, além do esforço por testemunhar com obras e palavras o Evangelho nos nossos ambientes, leva-nos também para longe ao encontro de outros povos. Fazemo-lo concretamente através daqueles religiosos, religiosas e leigos, especialmente os oriundos da nossa diocese que cumprem a sua vocação missionária. Estreitar os laços, mostrar interesse e apoio para com eles fará crescer os frutos do Evangelho no nosso mundo. Nisto seremos ajudados pelo Serviço diocesano de Animação Missionária com as suas propostas e iniciativas.
Não é demais lembrar novamente que a nossa Diocese está comprometida numa iniciativa missionária de geminação com a diocese do Sumbe em Angola, já há onze anos, através do grupo Ondjoyetu, com bons frutos. Faço um apelo para que esta realidade seja dada a conhecer em cada uma das nossas comunidades, de tal modo que se torne interpeladora e suscitadora de vocações missionárias entre os sacerdotes e os jovens e menos jovens, em forma de voluntariado, e que cada comunidade se sinta corresponsável neste projeto e lhe dê um generoso apoio.
13. Escutar
Sair em missão supõe antes de mais que se escute Aquele que nos envia e em nome do qual vamos, o próprio Senhor. A evangelização requer a familiaridade com a Palavra de Deus. Faz parte da definição da Igreja ser “uma comunidade que escuta e anuncia a Palavra de Deus. A Igreja não vive de si mesma, mas do Evangelho; e do Evangelho tira sem cessar orientação para o seu caminho… Só quem se coloca primeiro à escuta da Palavra é que pode depois tornar-se seu anunciador” (VD 51). A Palavra passa pelo coração e pela vida antes de a anunciar aos outros. Temos diante de nós uma grande responsabilidade pastoral: como motivar e promover um maior amor pela Sagrada Escritura por parte de todos os membros do Povo de Deus? Temos de continuar a propor e aprofundar o método da leitura orante da Bíblia (lectio divina), em que a Palavra de Deus é lida, escutada, meditada, rezada em diálogo com Deus que fala ao coração e à vida: “Quando lês, é Deus que te fala; quando rezas, és tu que falas a Deus” (Santo Agostinho). Para este efeito, neste ano pastoral divulgaremos o livro Atos dos Apóstolos, em edição de bolso acessível a todos. Eu mesmo oferecê-lo-ei aos que forem crismados. Além disso continuaremos a propor o Retiro Popular na quaresma com o método da leitura orante de textos deste livro.
Para sair em missão é preciso também escutar o Espírito: sem vida espiritual não há evangelização com ardor e criatividade para chegar a todos. E escutar o que o Espírito diz à Igreja através dos sinais dos tempos, fazendo o oportuno discernimento para identificar o que fazer e por onde ir.
Outra dimensão importante do “escutar”, caraterística da comunidade cristã, refere-se à escuta do outro, como expressão de relação fraterna feita de atenção, de acolhimento, de disponibilidade, de diálogo, de partilha de alegrias e dores. Hoje é um aspeto urgente numa sociedade de relações fugidias e frágeis, de solidões, de abandonos, de incompreensões e tensões, de descartáveis e excluídos. Face à cultura da indiferença é necessário promover a cultura do encontro e da comunhão. Toda a comunidade cristã deve dar testemunho de ser casa da fraternidade onde todos e cada um se sinta acolhido, escutado, respeitado, compreendido, amado, acompanhado, perdoado, ajudado e encorajado a viver a vida boa do evangelho. Os encontros pessoais, as reuniões de grupo ou de trabalho, os atendimentos nos vários serviços, os pedidos que nos são dirigidos quando menos esperamos, entre muitas outras ocasiões, são oportunidade que não podemos desperdiçar para exercitar a escuta dos irmãos e irmãs com misericórdia e fraternidade.
Hoje há muitas pessoas cheias de feridas, de desorientação e confusão que procuram acompanhamento e aconselhamento espiritual. O Santuário de Fátima já começou a implementar este precioso serviço de atendimento pessoal com bons frutos. Não será possível preparar e oferecer este serviço em cada vigararia com pessoas idóneas que recebam a formação adequada?
14. Festejar
A Igreja em saída missionária deve redescobrir a importância da dimensão festiva para a vivência da fé e para a evangelização, como exorta o Papa Francisco: “A comunidade evangelizadora, jubilosa, sabe sempre «festejar»: celebra e festeja cada pequena vitória, cada passo em frente na evangelização. No meio desta exigência diária de fazer avançar o bem, a evangelização jubilosa torna-se beleza na liturgia. A Igreja evangeliza e evangeliza-se com a beleza da liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte dum renovado impulso para se dar” (EG 24).
A festa cristã é a celebração da “alegria do Evangelho que enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”: da presença de Deus, do seu amor e da sua ternura comunicados em Cristo, da sua misericórdia, do seu perdão, da comunhão fraterna, da vida nova em Cristo ressuscitado, da sua paz. “Com Cristo nasce e renasce sempre a alegria” (EG 1).
Nós ainda não damos o devido valor à vivência e ao testemunho da alegria como fator de evangelização. Por isso, o Santo Padre nos adverte: “Há cristãos cuja opção parece ser a de uma Quaresma sem Páscoa” (EG 6); “Um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral” (EG 10).
Esta experiência festiva vivemo-la e testemunhamo-la numa variedade de expressões: nas celebrações sacramentais em que festejamos particularmente a presença próxima de Cristo ressuscitado e os seus dons sacramentais; nas expressões da piedade popular, nas atividades pastorais, em várias situações significativas da comunidade cristã e da vida pessoal e familiar (aniversário, matrimónio, novo nascimento, uma despedida, uma nova chegada). Exprime-se também nas festas religiosas populares em honra dos padroeiros das comunidades cristãs, objeto de preocupação por parte de pastores e fiéis. É preciso discernir os esforços a fazer e os caminhos a seguir para que elas manifestem e promovam sempre melhor a alegria da fé e da fraternidade humana e cristã. Peço aos párocos que com os seus conselhos pastorais paroquiais tomem em mãos este objetivo.
O Santo Padre convida-nos a prestar atenção à beleza da liturgia, ao cuidado que isso requer. De facto, uma liturgia bela ajuda a entender e viver aquilo que a linguagem verbal por si só não é capaz de comunicar. A festa engloba a beleza festiva para expressar algo da beleza de Deus e do seu amor.
Os cristãos têm um dia festivo semanal que é o domingo: é o dia do Senhor ressuscitado com o seu centro na celebração da eucaristia; é festa e alegria, vontade de estar juntos, alegria do encontro e do diálogo, convivialidade, partilha, repouso, são divertimento.
Nesta perspetiva do festejar, também nós queremos que a celebração do centenário da restauração da diocese culmine com uma grande Festa da Fé, de 15 a 17 de junho, em Leiria. Espero a colaboração de todas as comunidades e serviços diocesanos sob a coordenação da comissão constituída para a organizar, bem como uma participação numerosa dos fiéis e de outras pessoas por eles convidados.
“Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização” (EG 83)!
15. Traços da paróquia numa Igreja em saída
Em 16 de junho de 2014, num discurso aos participantes na Assembleia Pastoral Diocesana de Roma, o Papa Francisco desenhou em traços largos uma paróquia que viva em todos os modos possíveis a proximidade às pessoas, de modo especial aos mais necessitados de todo o género. Eis, em síntese, os traços da paróquia de uma Igreja em saída e próxima dos homens. Será uma comunidade que:
- saiba acolher com sentimentos maternos,
- mostre sempre ternura com todos,
- cultive a memória de povo de Deus,
- saiba olhar o futuro com esperança,
- trate os homens com a paciência que permite suportar-se um ao outro,
- tenha um coração de imensa abertura,
- possua a doçura do olhar de Jesus,
- tenha maternalmente a porta sempre aberta a todos,
- seja capaz de falar as linguagens dos jovens,
- se empenhe em estar próxima das crianças e dos jovens que sofrem a orfandade, que não têm um modelo de família,
- esteja em condições de captar nos diversos ambientes de vida (desporto, novas tecnologias, etc.) as possibilidades de anunciar o Evangelho,
- seja audaciosa em explorar sempre novos caminhos, novas linguagens e abordagens para difundir o anúncio da salvação,
- tenha párocos próximos da gente, dispostos a responder e a fazer-se próximos em qualquer momento de necessidade,
- crie, dentro de si e para além de si, o sentido da gratuidade.
Estes traços podem constituir um autêntico programa para concretizar um estilo de vida cristã e de ação apostólica e pastoral de uma Igreja em saída animada pela “alegria do Evangelho”, empenhada em testemunhá-la e oferecê-la a todos. Vale para a paróquia e também para a diocese com os seus múltiplos movimentos, comunidades, serviços e instituições.
Esperamos que todos os atos comemorativos do centenário sejam um testemunho de que somos uma Igreja viva, acolhedora, alegre, convivial, entusiasta, missionária: Igreja em Festa!
Aos nossos santos Padroeiros, Nossa Senhora de Fátima e Santo Agostinho bem como aos santos Francisco e Jacinta Marto confiamos o bom êxito deste Ano jubilar diocesano.
16. Oração jubilar
Nós Vos louvamos ó Deus, nós vos bendizemos, Senhor,
pela nossa Igreja diocesana e pelo amor com que a conduzistes
ao longo destes cem anos após a sua restauração.
Nós Vos damos graças pelos dons com que a agraciastes,
pelas tantas testemunhas de fé, amor e santidade que nos precederam.
Humildemente Vos pedimos perdão pelos nossos pecados,
que ofuscam a beleza da Vossa Igreja.
Dai à nossa Diocese e suas comunidades um espírito missionário
capaz de despertar o entusiasmo da fé
e de suscitar vocações laicais, sacerdotais e à vida religiosa.
E Vós, ó nossa Mãe e Padroeira, Senhora de Fátima,
abençoai esta vossa Diocese
e guiai-nos no caminho que conduz até Deus
e ao encontro dos irmãos sobretudo dos mais frágeis e pobres.
Ajudai-nos, ó Mãe, a ser fermento do Evangelho da alegria e da misericórdia
nesta nossa terra por Vós tão amada!
SIGLAS USADAS
EG Evangelii Gaudium. Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o anúncio do Evangelho no Mundo actual, de 24.11.2013.
MM Misericordia et Misera. Carta Apostólica do Papa Francisco no termo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, de 20.11.2016.
NMI Novo Millennio Ineunte. Carta Apostólica do Papa João Paulo II no termo do Grande Jubileu do Ano 2000, de 6.01.2001.
VD Verbum Domini. Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Bento XVI sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, de 30.09.2010.
ANEXO
Ano Pastoral 2017-2018
Tema, objetivos, programa e datas marcantes para o ano jubilar
do centenário da restauração da diocese de Leiria-Fátima
Lema
Leiria-Fátima em festa. Centenário da restauração da Diocese (1918-2018)
Objetivos
1. Avivar a consciência do percurso histórico da Diocese nos últimos cem anos e dar graças a Deus
2. Fortalecer o sentido de pertença à comunidade diocesana
3. Motivar a vida e a missão eclesial no testemunho e anúncio do Evangelho
Programa de atividades
– Assembleia de abertura do ano jubilar diocesano, em Leiria
– Concerto pela orquestra das filarmónicas com músicas do Cón. Carlos Silva
– Celebração solene da Eucaristia de Ação de Graças pelo centenário
– Publicação de opúsculo com breve história da Diocese
– Banda Desenhada para as crianças sobre a história da Diocese
– Publicação de um livro sobre a história da Diocese
– Publicação de livro sobre o clero da diocese desde há 100 anos
– Visitas de estudo à catedral, nomeadamente dos alunos das disciplinas de história e de Educação Moral e Religiosa Católica das escolas
– Elaboração e publicação do calendário litúrgico diocesano
– Celebração da memória dos padroeiros, dos santos e beatos da Diocese
– Realização de um congresso histórico e teológico-pastoral
– Elaboração de catequeses sobre a Igreja particular
– Edição de um guião para o retiro popular na Quaresma
– Realização de uma semana da Diocese em cada paróquia
– Peregrinação de cada Vigararia à Catedral com programa tipo
– Organização e celebração da festa da fé, em Leiria: 15 a 17 de junho de 2018
– Solene celebração eucarística de encerramento do Ano Jubilar (17 de junho)
Datas marcantes do ano jubilar diocesano
8 de outubro de 2017, domingo, dia da Igreja Diocesana: assembleia na Sé (15h)
17 de janeiro de 2018, data do centenário da restauração da Diocese
20 de janeiro de 2018, sábado, 21h, na Sé de Leiria, concerto comemorativo
21 de janeiro de 2018, domingo, 16h, na Sé de Leiria, missa solene de ação de graças
18 de março, V domingo Quaresma, peregrinação diocesana ao Santuário de Fátima
18 e 19 de maio, sexta e sábado, congresso histórico sobre a Diocese
31 de maio, quinta-feira, missa e procissão do Corpo e Sangue de Cristo em Leiria
15-17 de junho, sexta a domingo, FESTA DA FÉ, em Leiria
5 e 6 de outubro de 2018, sexta e sábado, congresso teológico-pastoral sobre a Diocese
7 de outubro de 2018, domingo, dia da Igreja Diocesana: assembleia
Peregrinações Vicariais à Sé:
10 de dezembro de 2017: Vigararia de Ourém
7 de janeiro de 2018: Vigararia de Porto de Mós
14 de janeiro 2018: Vigararia de Fátima
28 de janeiro 2018: Vigararia de Leiria
4 de fevereiro 2018: Vigararia da Marinha Grande
18 de fevereiro 2018: Vigararia dos Milagres
25 de fevereiro de 2018: Vigararia das Colmeias
4 de março de 2018: Vigararia de Monte Real
11 de março de 2018: Vigararia da Batalha