51 – D. Américo Henriques – o biblista

Américo Henriques, filho de Luís Henriques e de Ana de Jesus, nasceu a 6 de outubro de 1923, em Alburitel, à época da freguesia de Seiça, concelho de Vila Nova de Ourém, da Diocese de Leiria-Fátima.

Iniciou os seus estudos no Seminário de Leiria e foi enviado para Roma, em 1946, onde se licenciou em Teologia e Sagrada Escritura, na Universidade Gregoriana e no Instituto Bíblico Pontifício. Foi ordenado presbítero a 19 de julho de 1947, nessa cidade, tendo regressado à Diocese de Leiria, onde foi professor e reitor no Seminário.

Nomeado bispo para auxiliar de Lamego, recebeu a ordenação episcopal em Fátima, no dia 11 de outubro de 1966. Foi sucessivamente bispo auxiliar, coadjutor e residencial de Lamego.

2018-12-21 100 51aA 19 de Fevereiro de 1972, foi nomeado bispo de Nova Lisboa (Huambo), em Angola, que estava vacante há cerca de dois anos, pelo que foi recebido em festa por entidades religiosas e civis. No sítio desta diocese, podemos ler: “O período de serviço de D. Américo foi breve, mas cheio de muita vitalidade. À luz das orientações do Concílio Ecuménico Vaticano II, procurou reorganizar a vida missionária e pastoral da Diocese”. Construiu diversas igrejas e outros edifícios para apoio à pastoral e instituiu serviços como a Missão Feminina da Calomanda, confiada ao Instituto das Cooperadoras da Família, e os secretariados do Ensino Religioso Médio e do Ensino Primário nas Missões. Em outubro de 1975, muito provavelmente pela instabilidade política e social que se vivia, pediu a resignação e deixou Angola.

Regressado a Leiria, foi professor de Sagrada Escritura no Instituto Superior de Estudos Teológicos, em Coimbra, e no Seminário Diocesano de Leiria, onde passou a residir em ambiente de recolhimento. Versado em hebraico, grego e latim, bem como em várias outras línguas, foi um dos maiores especialistas em estudos bíblicos do seu tempo, tendo colaborado na tradução de várias edições da Bíblia para português. A vida espiritual intensa, a atitude contemplativa perante a natureza e a extrema simpatia e humanidade com que se relacionava com todos foram suas características marcantes.

Faleceu com 82 anos, no dia 14 de agosto de 2006, na Casa do Clero, em Fátima. O funeral realizou-se dois dias depois, na Catedral de Leiria, seguindo o corpo para a sua terra natal.

Luís Miguel Ferraz

 


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