Domingos de Pinho Brandão nasceu em 9 de Janeiro de 1929, na freguesia de Rossas, Arouca. Foi ordenado sacerdote, em Roma, no dia 24 de Abril de 1943. Foi nomeado bispo auxiliar de Leiria em 6 de Dezembro de 1966 e ordenado a 29 de Janeiro de 1967, tendo entrado na Diocese em 12 de Fevereiro de 1967.
Foi nomeado Administrador Apostólico da diocese em 19 de Julho de 1972 até à posse do novo bispo residencial, D. Alberto Cosme do Amaral, em 10 de Setembro de 1972.
Durante mais de cinco anos, percorreu a Diocese inteira no seu ministério pastoral, que também lhe deu oportunidade para satisfazer a sua curiosidade científica. De facto, além da actividade pastoral, distinguiu-se pela investigação e divulgação religiosa e cultural da Diocese e da região, que lhe valeu postumamente uma medalha de mérito cultural do Município de Leiria. Dos seus discursos, conferências, estudos e publicações várias, destaca-se a “Epigrafia Romana Coliponense”, com data de 1972, ainda hoje uma obra de referência sobre a desaparecida cidade romana de Collippo. A ele se deve também grande parte da selecção e catalogação do acervo museológico do Seminário Diocesano.
O zelo apostólico, a inteligência esclarecida, a capacidade de trabalho e de organização e a fidalga nobreza de comunicação são características apontadas por quem com ele conviveu. Ainda da missão em Leiria, tinha sido professor e reitor do Seminário Maior do Porto, onde fundou o museu de Arqueologia e Arte Sacra, bem como docente da Universidade do Porto, onde organizou também um museu de arqueologia e publicou diversos estudos. Foi para essa diocese que voltou como bispo auxiliar, em 1972, acompanhando a saída de D. João Venâncio.
Os comprovados méritos de investigador valeram a D. Domingos a nomeação como sócio da Academia Portuguesa de História, a medalha de ouro da cidade do Porto e a condecoração pelo Estado com o grande colar da Ordem de Sant’Iago de Espada.
Faleceu, no Porto, em 22 de Agosto de 1988.
Luís Miguel Ferraz
Fonte principal: Artigo do P. Américo Ferreira, publicado em:
“Revista Leiria-Fátima”, N.º 19, Janeiro/Abril de 1999, pp. 52-58.
Ver mais artigos da rubrica “100 anos – Figuras & Factos”