Alfredo Amado de Matos nasceu no Alqueidão da Serra em 1915. Era filho de José de Matos e Maria Amado, e sobrinho do Padre Júlio Pereira Roque (Jupero), um dos lutadores mais acérrimos pela restauração da Diocese de Leiria. Estudou no Seminário de Leiria entre 1927 e 1937. Faleceu em Lisboa em 1992.
Além do seu trabalho como funcionário de uma grande empresa industrial em Lisboa, Alfredo de Matos era também um laborioso investigador da história da sua terra natal e do distrito de Leiria, colaborando regularmente nos jornais da região, designadamente: “Ecos do Alcoa” (Alcobaça); “Voz do Mar” (Peniche); “Gazeta das Caldas”; “Região de Leiria”, “A Voz do Domingo”, mas sobretudo em “O Mensageiro”.
D. Domingos de Pinho Brandão, que foi Bispo auxiliar de Leiria e era um eminente arqueólogo, considerou Alfredo de Matos um «ilustre investigador e profundo conhecedor da história da Diocese de Leiria e da região».
Publicou várias obras, entre as quais: “Dom Frei Brás de Barros”; “D. João III e a construção da Sé de Leiria”; “A Comarca de Porto de Mós”; “Alqueidão da Serra: Apontamentos para a sua história”; “Um passeio na história do Juncal”; e “A Escola de Frei José e de Frei Manuel da Conceição na Serra de Santo António”. São particularmente notáveis dois outros livros: “À janela do passado: Dom António Pinheiro”, uma biografia deste ilustre prelado que foi Bispo de Leiria e político de envergadura; e “8 dias com as videntes da Cova da Iria em 1917”, um livro de 90 páginas, editado em 1968, que relata a presença das videntes Lúcia e Jacinta em casa de D. Maria do Carmo Marques da Cruz Menezes, na Reixida (Cortes), em Setembro de 1917.
Recentemente (2016 e 2017), Fernando da Silva Matos de Morais Sarmento procedeu à edição, em dois grossos volumes, do trabalho que Alfredo de Matos desenvolveu e deixou escrito sobre a sua terra natal: “Alqueidão da Serra: História e Lenda, Tradições, Usos e Costumes”.
Em memória do jornalista e grande investigador que foi Alfredo de Matos, foi criada no Alqueidão da Serra a biblioteca Alfredo de Matos (uma extensão da biblioteca de Porto de Mós), que teve inicialmente as suas instalações na casa junto à Calçada Romana e que, posteriormente, foi transferida para a nova sede da Junta de Freguesia.
Alfredo de Matos é, indiscutivelmente, uma das personalidades que mais contribuiu para o conhecimento da história da Diocese de Leiria.
Elementos recolhidos por Carlos Fernandes
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